A experiência da cidade configura uma dinâmica que mistura percepções, subjetividades e interações no modo de ser, estar e relacionar espaços e sujeitos. Deste modo, a reflexão acerca do urbano é fundamentalmente um exercício do pensar a prática socioespacial, e, sobretudo, cultural, pela qual se realiza a vida na cidade. Partindo do princípio da inseparabilidade entre homem - cultura - ambiente construído, e tomando as dimensões socioculturais como política efetiva, não institucionalizada, de construção do espaço urbano, este trabalho se volta à exploração teórico-prática das dimensões simbólicas e culturais de relação do homem com o meio urbano, a fim de desenvolver uma estratégia de planejamento mais justa e humana, num cenário onde as cidades contemporâneas renascem na perspectiva de um desenvolvimento cultural, econômico e social. Para tanto, volta-se especialmente à análise do Plano Diretor e o Plano Municipal de Cultura do município de Curitiba, a fim de investigar o papel que a cultura exerce nas políticas urbanas do município, e qual o rebatimento espacial dessas políticas no território. Pretende neste processo, evidenciar a representatividade restrita dos agentes institucionais frente à complexidade cultural urbana, e o consequente silenciamento de uma parcela significativa da população local no processo de formulação das políticas públicas. E, por fim, servir de base para a formulação de uma metodologia de planejamento espacial que considere como central as dinâmicas implícitas e subjetivas da cultura na relação do homem com o meio urbano, a ser desenvolvida no segundo semestre.